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Prima de mulher que esperava ter gêmeos conta que foi chamada na hora do parto e viu só um bebê, diz polícia

Publicado em: 21/09/2019

Parente trabalha como técnica em enfermagem no hospital de Quirinópolis em que a cesariana foi realizada. Exames de ultrassom feitos durante a gravidez mostraram gestação de gêmeos.

A Polícia Civil ouviu, na quinta-feira (19), uma técnica em enfermagem que é prima da mulher que esperava dar à luz gêmeos, mas recebeu apenas um bebê, em Quirinópolis, região sul de Goiás. Como a parente trabalha no hospital em que Aline Parreira de Jesus fez a cesariana, ela foi chamada à sala de parto logo após a criança ser retirada do útero, para a equipe mostrar que não havia outro bebê.

“A prima não participava do parto. Ela contou que a chamaram [quando o bebê tinha nascido] e disseram que só tinha uma criança. Ela disse que viu o bebê que tinha nascido, que a cesariana ainda estava acontecendo e viu que no útero não tinha mais nada”, contou a delegada Simone Casemiro Campi, responsável pelas investigações.

O parto aconteceu no Hospital Municipal Antônio Martins da Costa, no último dia 13. De acordo com a delegada, uma informação passada pela prima contradiz o que foi contado por Aline Parreira ao ser ouvida na delegacia, na quarta-feira (18).

“A mãe prestou depoimento e disse que, na verdade não viu nada, porque dormiu, mas os depoimentos, inclusive da prima dela, dizem que ela ficou acordada. Inclusive, a prima falou com ela sobre o que estava acontecendo”, contou a delegada.

A advogada de Aline, Sandra Garcia de Oliveira, falou que a cliente relatou que estava muito cansada e dormiu durante a cesariana. “Estamos aguardando as investigações e a perícia nos exames de ultrassonografia. Não vamos ficar comentando depoimentos, porque é a policia que vai dizer quem está certo”, falou a advogada.

Resumo do caso:

  • Aline Parreira de Jesus fez quatro exames de ultrassom que apontam gravidez de gêmeos;
  • Ela deu à luz em 13 de setembro, no Hospital Municipal Antônio Martins da Costa, em Quirinópolis, onde mora;
  • Dois dias depois, ela recebeu alta, saiu do hospital com duas declarações de nascimento, mas só com um filho
  • Marido de Aline, Erivaldo Correia da Silva, deu queixa na delegacia;
  • Polícia Civil começou a investigar o caso e colheu depoimentos;
  • Secretaria de Saúde confirmou que os exames mostravam a presença de gêmeos, mas que só nasceu um bebê;
    • Hospital alega que expediu duas declarações por engano;
    • Médica que fez o parto diz que houve um erro no exame.

     

    Ultrassonografias apontavam gêmeos

    Segundo a delegada, as quatro ultrassonografias feitas por Aline, entre os meses de junho e setembro, serão encaminhas para a perícia no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, na próxima semana. Todas apontaram a presença de duas crianças

    “Foram feitas duas em uma clínica particular pelo mesmo médico e equipamento. E as outras duas na rede pública com médicos diferentes, que usaram um mesmo equipamento da unidade. As imagens vão para um especialista”, comentou Simone Casemiro.

    Uma das hipóteses levantadas até agora pela investigação é o erro de diagnóstico. A obstetra que fez o parto prestou depoimento e alegou que a segunda criança era, na verdade, apenas o "reflexo" no líquido amniótico do único filho que a grávida esperava.

    "Os laudos ultrassonográficos estavam equivocados por causa de uma imagem reflexo do feto no líquido amniótico", consta no depoimento, segundo a delegada.

    Câmeras de segurança

    A delegada informou ainda que a direção do Hospital Municipal Antônio Martins da Costa, em Quirinópolis, tem contribuído com as investigações, assim como a equipe envolvida na cesariana de Aline, que aconteceu no ultimo dia 13. Imagens gravadas pelas câmeras de segurança do local já estão com a polícia.

    “Já recebemos as imagens das câmeras de segurança do dia, mas elas ainda serão analisadas. Devemos concluir isso nos próximos dias”, afirmou Simone Casemiro.

    As imagens serão usadas, segundo ela, para confrontar com os depoimentos dados por médicos e demais profissionais que participaram do parto.

    “Ouvimos quatro médicos do parto, mais pessoas da equipe, além dos médicos das ultrassonografias. Só falta ouvir um obstetra auxiliar, que está viajando”, relatou a delegada.

 

Fonte: G1 GO

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