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Idosa sofre AVC, é internada em UTI para covid-19 e família sofre para liberar corpo

Publicado em: 04/09/2020

Débora Santos, de 37 anos, e sua família recebeu com surpresa a notícia de que sua avó, Francisca Pereira Bento, de 81 anos, havia sido internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva para pacientes com coronavírus no Hospital das Clínicas, em Curitiba. Francisca havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) e seguia internada desde o dia 18 de agosto, mas foi transferida para a UTI na última terça-feira (1º), após sofrer uma parada cardíaca.

“Eu estava com ela no quarto quando tudo aconteceu. Ela teve uma parada cardíaca e então entubaram ela. Ficamos das 16 horas até às 3h40 da manhã esperando uma vaga na UTI, e encaminharam ela para uma vaga de UTI de covid-19”, conta a neta. Sem entender porque sua avó foi para um leito exclusivo para pacientes com coronavírus, Debora questionou o hospital. “Disseram que a gente tinha passado covid-19 para a minha avó, mas conseguimos fazer os testes nela e os dois feitos deram negativo”, desabafa.

Francisca estava muito debilitada e acabou falecendo na tarde de quarta-feira (2). Foi quando a família precisou questionar médicos, enfermeiros e assistência social para conseguir a liberação do corpo. “Infelizmente, a gente já esperava que ela fosse falecer, mas não nos avisaram que ela iria para uma ala de covid-19. Alegaram que ela estava infectada e que teríamos que enterrar como coronavírus, mas a gente queria velório porque ela não morreu de covid. Os exames testaram negativo!”, questionou Débora.

A família entrou em contato com a reportagem da Tribuna e acionou um advogado, e horas depois conseguiram a liberação com atestado de óbito por doença respiratória. “Foi um absurdo. Tivemos que brigar com o hospital para conseguir liberar o corpo da minha avó, para que toda a família pudesse ir ao velório”, explica. Para Débora, toda a confusão envolvendo o internamento de sua avó poderia ter aliviado o sofrimento dela e da família. “Se ela tivesse sido tratada como não covid, a gente teria liberado o corpo à noite, feito o enterro e passado por todo esse sofrimento”, revela a neta da paciente.

Hospital afirma que seguiu protocolo

Em nota, o Complexo Hospital de Clínicas da UFPR esclarece que a paciente foi atendida na UTI Respiratória do Hospital de Clínicas. Francisca teria apresentado um quadro de insuficiência respiratória grave e por isso foi realizado teste para covid-19, seguindo o protocolo. “Como a paciente veio a óbito antes do resultado do exame sair, é protocolo, por segurança de familiares e profissionais atrelados aos trâmites do velório, notificar ‘covid-19’ nos documentos do óbito”, informou o hospital.

Fonte: TRIBUNA

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