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Delegado e esposa haviam discutido horas antes; mãe e filha morreram abraçadas

Publicado em: 07/03/2020

O autor das mortes se entregou e ficou em silêncio na delegacia

O delegado Erik Busetti, de 45 anos,  ficou em silêncio durante o interrogatório na madrugada desta quinta-feira (5),  na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Curitiba. Ele só vai se manifestar diante da Justiça. Busetti foi preso em flagrante por volta das 23h30 desta quarta-feira (4), após assumir no local que matou a tiros a esposa e a enteada na casa da família, no bairro Atuba. Mãe e filha foram encontradas abraçadas ao lado do sofá.

De acordo com a delegada Camila Cecconello, vizinhos informaram que Busetti e a esposa, a escrivã da Polícia Civil Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, discutiram durante a tarde. os dois estavam em processo de divórcio. “Eles discutiram à tarde, o delegado Erik foi embora e voltou à noite. Não sabemos se as duas estavam na sala no momento em que ele chegou. As duas estavam abraçadas. A mãe sobre a filha, talvez tentando protegê-la, mas só a perícia vai apontar se houve ou não chance de defesa e se elas foram surpreendidas ou não”, afirmou a delegada.

Quando os socorristas chegaram, Maritza e a filha Ana Carolina Souza já estavam mortas. O marido deu pelo menos quatro tiros contra as duas.

“Depois dos disparos, ele foi ao quarto e pegou a filha dele de 9 anos e a levou até uma vizinha. A menina estava dormindo e acordou com o barulho dos tiros. Ele pediu para a vizinha chamar a polícia e sentou na calcada a espera da PM, com a arma ao lado”, disse a delegada.

Segundo a polícia, Maritza não estava perto da arma que tinha em casa na hora do ataque. A delegada afirmou que o inquérito deve se encerrar em até 10 dias”.

“É um duplo caso de feminicídio com autoria conhecida. Vamos ouvir vizinhos e parentes e em 10 dias deveremos concluir o inquérito”, completou. 

Futuro na Polícia Civil

Além do inquérito criminal Erik Busetti vai responder um processo administrativo-disciplinar junto a Corregedoria da Polícia Civil e pode ser expulso da corporação.

“Temos que agir de forma serena e tranquila, mas com o máximo rigor. Estes crimes sensibilizaram todos na Polícia Civil, mas a resposta terá todas as respostas pois são crimes muito graves”, afirmou o corregedor, Marcelo Oliveira.

Segundo a Corregedoria, tanto o delegado quanto a escrivã tinham comportamento correto no trabalho. “O delegado Erick havia respondido um processo por supostas irregularidades na delegacia de Foz do Iguaçu em 2009, mas em 2014 o processo foi arquivado. Maritza não respondia a nenhum processo disciplinar”, afirmou.

Defesa

O advogado Claudio Dalledone Junior, que defende o delegado Erik Busetti, afirmou que o cliente está “desolado com a tragédia que vitimou ele”.

“Ele está desolado. A tragédia que vitimou a ele é algo que ninguém quer imaginar passar. Uma tragédia humana. Está atingindo profundadamente por tudo isto. Muita tristeza. Digo a vocês, em 25 anos em Tribunal de Juri, uma das cenas mais tristes que eu vi. Uma tragédia, uma tragédia”, disse Dalledone à Banda B.

O advogado falou sobre como está acompanhando o cliente. “Viemos aqui acompanhar a situação do delegado. Estamos acompanhando. Ele vai ser ouvido ainda durante os próximos dias. Foi ouvido no primeiro momento e outras pessoas serão ouvidas. Mais apurações estarão a cargo da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para efetivamente ver o que aconteceu. Muita dúvida e pouca resposta, por enquanto”. afirmou.

“É uma tragédia, a qual infelizmente nós seres humanos estamos sujeitos. Não se tem nada de positivo para falar de tudo o que aconteceu”, afirmou Dalledone.

O crime

O policial civil Busetti matou a esposa, a escrivã de polícia Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, e a filha dela, uma adolescente de 16, Ana Carolina Souza. O crime aconteceu na noite desta quarta-feira (4) no condomínio de sobrados em que a família morava no bairro Atuba, em Curitiba.

 

Fonte: Banda B

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