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Uso de drogas deixou Maradona com 'coração de boi', explica médico

Publicado em: 29/11/2020

Com vida desregrada, ídolo argentino, que faleceu aos 60 anos, sofria com desgastes no coração: 'Não tinha força para bombear sangue com eficiência'
O mundo do esporte parou para homenagear o eterno camisa 10 da Argentina Diego Maradona, que morreu na última quarta-feira (25). Pouco depois de completar 60 anos, o craque faleceu em sua casa, em Tigre, cidade próxima à Buenos Aires, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Tendo driblado muito mais que adversários em campo, Maradona vinha superando uma luta contra problemas no coração e a superação contra as drogas.
De acordo com as informações do laudo da necropsia, Maradona morreu por insuficiência cardíaca aguda. A reportagem conversou com o especialista no assunto e cardiologista Nabil Ghorayeb, médico do esporte do Hospital do Coração, em São Paulo, que revelou mais detalhes sobre a doença que vinha acompanhando o astro do futebol.
"A gente chama de edema agudo de pulmão, quando o coração não consegue bombear o sangue para a circulação de forma eficiente. O sangue se acumula no pulmão. É uma complicação final de uma doença grave chamada insuficiência cardíaca, uma doença que ele já tinha há anos. O coração dele não tinha força para bombear sangue com eficiência para o corpo", explica o especialista.
A vida de Diego dentro dos gramados sempre rendeu elogios por seus dribles e sua genialidade em campo. Contudo, fora das quatro linhas, o ex-atleta não mantinha uma vida das mais regradas. Por conta da fama, Maradona nunca escondeu seus problemas com vícios em substâncias químicas. Para o médico, a vida indisciplinada foi a grande causa do problema cardíaco.
"O que se sabe é que ele tinha uma dependência química muito grande de drogas lícitas e ilícitas, como cocaína e álcool, pelo o que se lê na imprensa. Isso provocou uma miocardiopatia dilatada, quando o músculo do coração perde a força e aumenta de tamanho. Então ele fica com o coração grande, um 'coração de boi', e perde a força. É uma situação que se pensa em transplante cardíaco, o que geralmente não se usa em caso de dependentes químicos."
O especialista afirma que as drogas podem afetar o corpo humano de diversas maneiras, dependendo do conteúdo utilizado. Para um esportista, é evidente que as substâncias podem afetar diretamente a atuação em campo. Contudo, no caso de Maradona, pelo uso de drogas ilícitas, como cocaína, o risco cardíaco era maior.
 
Maradona foi homenageado pelos torcedores do Napoli, onde foi ídolo
Lance
Nabil ainda ressalta que a abstinência é uma dependência de ordem psicológica e química e que, por isso, podemos afirmar que o corpo humano possui dificuldade em parar. Os efeitos que podem levar à abstinência são parecidas com as da overdose: arritmia, mal estar. Por ser um cardiopata, as complicações do não uso podem sim ter afetado a ausência de substâncias tão poderosas.
Na Copa do Mundo de 1994, o argentino chegou a ser flagrado em um teste antidoping, que verificou uma substância ilegal em seus sangue, em um momento marcante que acabou sendo seu capítulo final como jogador da seleção nacional.

Fonte: R7

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