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Sociedade de Infectologia pede que hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento da Covid-19

Publicado em: 19/07/2020

Informe tem como base dois estudos internacionais sobre o uso do medicamento

Diante de novos estudos internacionais, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou um novo informe, nesta sexta-feira (17), em que pede que a hidroxicloroquina seja abandonada como forma de tratamento para a Covid-19. O novo posicionamento pede ainda que “os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais”.

Segundo a SBI, dois estudos clínicos robustos com estas características foram publicados em revistas médicas, nesta quinta-feira (16) e basearam os estudos.

Um deles avaliou pacientes em 40 estados americanos e 3 províncias do Canadá. O grupo que recebeu hidroxicloroquina, em comparação aos pacientes que receberam placebo (preparação neutra sem efeitos farmacológicos), não teve nenhum benefício clínico: não houve redução na duração dos sintomas, nem de hospitalização, nem impacto na mortalidade. Mais da metade dos pacientes receberam HCQ em 1 dia do início dos sintomas. Em 43% dos pacientes que receberam HCQ, eventos adversos foram observados, destacando-se efeitos gastrointestinais como dor abdominal, diarreia e vômitos.

O outro estudo foi conduzido na Espanha e avaliou a eficácia virológica (redução da carga viral na nasofaringe) e clínica (redução da duração dos sintomas e hospitalização). Nenhum benefício virológico, nem clínico foi observado nos pacientes que receberam HCQ, em comparação ao grupo que não recebeu nenhum tratamento farmacológico (grupo placebo).

Com a nova orientação, a SBI pede que o recurso público seja usado em medicamentos que comprovadamente são eficazes e seguros para pacientes com Covid-19 e que estão em falta, tais como anestésicos para intubação orotraqueal de pacientes que precisam ser submetidos à ventilação mecânica, bloqueadores neuromusculares para pacientes que estão em ventilação mecânica; em aparelhos que podem permitir o diagnóstico precoce de COVID grave, como oxímetros para o diagnóstico de hipóxia silenciosa; em testes diagnósticos de RT-PCR da nasofaringe para pacientes sintomáticos; leitos de Unidade de Terapia Intensiva, bem como seus recursos humanos (profissionais de saúde) e respiradores.

 

Fonte: Banda B

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