Comerciantes temem reforma tributária, pois empresas de bens e serviços precisarão se adaptar ao novo sistema
Conforme a Federação do Comércio do Paraná, apesar das perspectivas positivas para os meses, que devem ser de bons resultados e estabilidade, os empresários estão temerosos em relação a outros pontos, como a alta carga de impostos.
Além disso, o setor também está preocupado com os impactos da reforma tributária, em discussão no Senado Federal após aprovação na Câmara dos Deputados. Pela proposta, as empresas de bens e serviços vão precisar se adaptar ao novo sistema, conviver com o regime antigo e ainda dar conta do planejamento tributário. Inclusive, muitos empresários terão que avaliar se o Simples Nacional será mais vantajoso.
Atualmente, 20 milhões de micro e pequenas empresas estão nesse regime tributário e representam 70% dos empregos no país.
O coordenador jurídico da Associação Comercial do Paraná (ACP), Eduardo Stremel, disse que para se tornarem competitivas, muitas empresas vão precisar sair do Simples Nacional e com isso pagar mais impostos, “quando uma empresa não está dentro do regime do Simples, ela faz uma relação comercial ou jurídica com a empresa que está no Simples e vai se apropriar dos tributos que estão na relação. No novo sistema, isso vai permanecer, mas quem estiver dentro do Simples não vai poder utilizar 100% desses créditos. Ou seja, vai prejudicar quem está no Simples, fazendo com que a empresa se torne competitiva somente fora do regime”.
Profissionais liberais também se preocupam com reforma tributária
Já os profissionais liberais, como engenheiros, contadores e advogados que atuam como pessoa jurídica também estão preocupados com as mudanças. O presidente da comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB-PR), Fabio Grillo, explicou que os impostos devem mais do que dobrar, “hoje os profissionais liberais, principalmente os que atuam em regime de sociedade que são tributados pelo lucro presumido, tem uma carga tributária de 8.65% com a reforma e sistemática do valor agregado, vai contemplar uma alíquota padrão de 26,5% e a carga tributária será bastante elevada para o setor”.
A expectativa é de que, no Senado, os ajustes possam equilibrar essa situação, já que o consenso é de que a reforma tributária deve acontecer, mas com menos danos para a economia.
Fonte: RICtv por Scheila Pessoa