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Referências na ciência fazem alerta sobre uso de cloroquina: 'Prematuro'

Publicado em: 10/04/2020

Tratada pelo governo federal - em especial pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro - como uma espécie de 'salvação' para a crise do coronavírus, a cloroquina e a hidroxicloroquina são vistas com bem mais reservas no meio médico e científico em geral.

Prova disso é que duas das mais respeitadas publicações do mundo, British Medical Journal (BMJ) e Lancet, fizeram alertas recentemente sobre o uso dos medicamentos indiscriminadamente no tratamento da Covid-19.

O BMJ, por exemplo, classifou o uso da droga como "Prematuro e potencialmente prejudicial" num editorial publicado nos últimos dias. Já a Lancet ressaltou que países como Estados Unidos e França têm autorizado o uso dos medicamentos sem garantia de segurança, reiterando o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que "não há informação suficiente para mostrar a eficácia dessas drogas no tratamento de pacientes com Covid-19, ou em prevenir que alguém contraia o coronavírus”.

Nesta sexta-feira (10 de abril), a Universidade de Campinas (Unicamp) também divulgou uma nota oficial chamando a atenção dos médicos para nbão se orientarem por frágeis evidências e crenças, mas para se orientarem pelos fatos.

"Ouvindo especialistas na área, de dentro e de fora da instituição, e amplamente amparada por estudos científicos sobre o tema, corrobora as recomendações dos órgãos sanitários e da comunidade médico-científica mundial de que não há, até o momento, evidência científica suficiente baseada em ensaios clínicos com humanos sobre a eficácia desses medicamentos para o tratamento da doença causada pelo novo coronavírus”, diz a nota da Unicamp.

Ainda segundo a universidade, as manifestações de apoio ao uso dos medicamentos se baseia em evidências frágeis. Nesse sentido, a BMJ destaca a necessidade de estudos controlados sobre as drogas. "Até o momento, exceto por medidas de suporte, a infecção pelo Sars-CoV-2 é essencialmente intratável”.

Em entrevista à Lancet, um Prêmio Nobel de Medicina e diretor da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, também ressaltou as incertezas sobre os efeitos colaterais dos medicamentos. Segundo Michael Ackerman, o que se sabe é que "esses medicamentos têm efeitos colaterais importantes, incluindo a rara morte súbita".

Já a imunologista Françoise Barré-Sinoussi, codescobridora do vírus HIV e ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina de 2008, afirmou que "cloroquina não é paracetamol" e que sua eficácia "não foi provada", pedindo aos médicos que sejam responsáveis.

Fonte: Bem Parana

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