A Justiça Federal do Paraná acolheu pedido da força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF) e determinou o bloqueio de bens e ativos financeiros no valor de até R$ 20 milhões do ex-governador Beto Richa (PSDB) e mais seis pessoas investigadas na operação Piloto, que apura suspeitas de fraude em uma licitação para a duplicação da PR-323, no Noroeste do Estado. Além do tucano, a decisão atinge também o irmão do ex-governador, e ex-secretário de Estado da Infraestrutura, José 'Pepe' Richa Filho; o primo do tucano, Luiz Abi Antoun; o contador da família, Dirceu Pupo; Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller.
Richa e os demais envolvidos foram denunciados pela Lava Jato em 5 de junho, pela práticados crimes de corrupção ativa e passiva, fraude licitatória e lavagem de dinheiro. O despacho também prevê a indisponibilidade de bens imóveis e de veículos e o sequestro de parte de imóvel citado no esquema de corrupção. As mesmas medidas, com valores proporcionais, foram aplicadas aos outros réus.
A operação Piloto foi deflagrada em setembro de 2018 a partir do conteúdo de depoimentos de colaboradores ligados ao grupo Odebrecht, que revelaram esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina visando o favorecimento do consórcio liderado pela Odebrecht na licitação de concessão da PR-323. Esses pagamentos teriam sido operacionalizados pelo Setor de Operações Estruturadas da empresa em favor do codinome "Piloto", identificado como sendo o ex-governador.
Richa também é réu em outros dois processos pelo crime de lavagem de dinheiro proveniente de propinas do pedágio e de outros esquemas de corrupção em seu governo.
Fonte: O Estado de São Paulo