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‘Mascarada’ por pandemia de coronavírus dengue explode em Santo Antônio da Platina

Publicado em: 15/04/2020

Enquanto o mundo se volta para a pandemia de coronavírus, a dengue, doença tão grave e letal quanto à covid-19, caiu no esquecimento da grande maioria da população. Em Santo Antônio da Platina a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti cresce desordenadamente e já infectou 673 pessoas, conforme o último boletim epidemiológico divulgado na terça-feira (14) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que mostra, ainda, 1.112 notificações e uma morte no município.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o maior problema no enfrentamento à epidemia de dengue na cidade é a falta de conscientização dos moradores, que não fazem a manutenção dos próprios quintais para eliminar possíveis criadouros do mosquito transmissor da doença.

Segundo o secretário municipal de Agricultura e do Meio Ambiente, Luiz Carlos da Silva, a falta de manutenção em terrenos baldios no município resultou na notificação de 122 proprietários somente no mês de março, dos quais apenas 14 realizaram a limpeza. “Nos casos em que não obtivemos resposta, a prefeitura está providenciando a limpeza por meio de uma empresa terceirizada e os donos serão autuados conforme as normativas do município. De nada adianta a prefeitura promover mutirões de limpeza na cidade se a população não fizer a parte dela. Está todo mundo preocupado com o coronavírus, e precisa estar mesmo, mas a dengue não pode cair no esquecimento”, adverte o secretário.

Na semana passa o Laboratório Central do Estado (Lacen) confirmou a primeira morte por dengue em Santo Antônio da Platina. Trata-se de uma adolescente de 15 anos, que faleceu em fevereiro, porém só agora houve a confirmação da doença.

Sofia Maria Altvater Ramos foi diagnosticada com sintomas de dengue na noite do dia 12 de fevereiro, dando entrada no Pronto Socorro local com quadro de pressão baixa. Na manhã do dia seguinte a adolescente foi transferida para Arapongas já em situação grave e faleceu ainda na noite do dia 13.

O último surto de dengue no Paraná ocorreu no período epidemiológico 2015/2016, com 56 mil casos confirmados em 322 municípios, e 63 óbitos. No período 2019/2020 os números confirmados são maiores que 100 mil casos e 105 pessoas perderam a vida em decorrência da dengue.

Destas 105 mortes, 54 foram homens e 51 mulheres, representando 50,5% do total. Duas meninas e um menino com idade entre zero a nove anos perderam a vida pela dengue. Cinco jovens, entre 10 e 19 anos e outras quatro pessoas com idade entre 20 e 29 faleceram por alguma complicação da doença.

Na faixa de idade entre os 30 e 59 anos há registrado 22 óbitos, sendo seis homens e 16 mulheres. Embora a incidência maior seja em pessoas acima dos 70 anos (foram 53 no total, 24 homens e 29 mulheres), há 10 mulheres e oito homens com mais de 60 anos que tiveram como causa morte a dengue.

Os dados mostram, também, que 62,9% das pessoas que morreram tinham alguma comorbidade. 15 pacientes tinham no seu histórico de saúde hipertensão arterial sistêmica, outros 32 eram hipertensos e mais uma ou duas doenças (como Diabetes Mellitus, insuficiência renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença autoimune ou cardiopatia).

Três eram cardiopatas e três tratavam hepatopatia crônica. Seis eram pacientes com insuficiência crônica, quatro com doenças autoimune, um com poliartrose, um com doença pulmonar obstrutiva crônica e um com neoplasia.

Fonte: Tribuna do Vale

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