Matheus foi morto a tiros em outubro de 2010, no bairro Guabirotuba, na capital paranaense. O adolescente, de 17 anos, estava a pé, a caminho de uma aula de música, quando foi surpreendido. Conforme as investigações, Denis, que era namorado da ex-madrasta de Matheus, passou de carro atirando e matou o jovem. O réu foi foi condenado a 14 anos de prisão em 2019, no Tribunal do Júri de Curitiba e, agora, foi preso em um apartamento no bairro Mercês, em Curitiba, 12 anos após o crime.

“Para nós é uma questão de dignidade da família. Era muito triste pensar que a pessoa que matou o Matheus estivesse impune, sem consequência pelo crime horrível que praticou de forma premeditada. Estamos aliviados em relação a Justiça. A dor e a falta que sentimos não muda, mas pelo menos agora nos sentimos respeitados pela Justiça”, contou Celia.

Celia explicou que conheceu o pai de Matheus em 1987 e ficou com ele até 1999. Neste período, tiveram o Matheus e, depois do divórcio, mantiveram uma relação amigável. Em 2006, o pai da vítima conheceu uma mulher, teve uma filha com ela e o casal se separou em 2009. A mulher começou a namorar Denis, com quem morava junto ainda em 2010, quando o crime foi registrado. Matheus nunca chegou a morar com o pai e o visitava apenas algumas vezes por mês.

“Para nós foi um choque, não imaginávamos essa ameaça tão perto de nós. E também nunca pensamos que alguém seria capaz de matar o Matheus, pois ele era um jovem muito gentil e sempre pronto para ajudar as pessoas. Quem conviveu com o Matheus sabe bem como ele era, extremamente puro e querido com todos”, disse a mãe.

Ao ser questionada sobre a falta de Matheus, a mãe afirmou que o adolescente era muito amado. O mais velho dos três irmãos, ele costumava pegar a irmãzinha mais nova, de dois anos, no colo e a buscava na escolinha. Ele também assistia desenhos e brincava com o irmão do meio no quintal de casa.

Educado, o adolescente não saia sem avisar a família, era caseiro e só ia para ir a escola, onde frequentava o ensino médio, as aulas de inglês e música. O garoto estava aprendendo contrabaixo, pois amava tocar, e tinha uma vida toda pela frente.

“A impunidade fere a alma das pessoas. O criminoso acertou uma família inteira que amava o Matheus. Matheus perdeu a vida, e nós uma boa parte do entusiasmo e alegria da vida. Nós seguimos em frente porque somos fortes e precisávamos entender esse crime”, desabafou a mãe da vítima.

Confiando na Justiça e no Ministério Público do Paraná (MPPR), Celia Maria continua buscando por respostas para a morte do filho. “Graças a Deus que a polícia e o MP estão fazendo o papel deles e temos muita confiança em Deus que tudo será esclarecido”.

“Simplesmente inesquecível e difícil de viver sem o meu filho. Já se passaram quase 12 anos e eu ainda sinto falta dele na mesa na hora de colocar o prato e os talheres dele, na casa. Até hoje eu uso o cobertor dele para me cobrir. O que é mais complicado quando um filho é assassinado, é a indignação de pensar que alguém teve o atrevimento de tirar a vida do filho da gente, isso é muito complicado de aceitar. Matheus tinha uma saúde incrível e tenho certeza que viveria muitas décadas, era saudável de corpo e mente, e certamente que viveria muito, muito”, compartilhou Celia.

Segundo o investigador Henrique Lima, a reação de Denis ao ser preso foi de surpresa. “A gente acabou localizando ele no endereço que ele não esperava. Então ele já não estava mais na casa do pai, nem na casa que ele tinha alugado, ele tinha ido para uma outra residência a qual ninguém sabia”, explicou o investigador. O homem foi encaminhado para a delegacia.