Ao Blog Politicamente, Requião confirmou a filiação, mas deixou em aberto o futuro político — podendo ser a prefeitura de Curitiba ou o Senado Federal, numa eventual eleição suplementar, a ser convocada pelo Tribunal Superior Eleitoral em caso de cassação do mandato do senador Sergio Moro.
“Acho que as candidaturas tanto ao Senado quanto a prefeitura de Curitiba não têm consistência programática ideológica, está faltando seriedade neste processo”, disse.
“Queriam me deixar fora da disputa eleitoral, a cúpula nacional do PT e os outros partidos da coligação. Eu saí disso. Agora vamos ver que tipo de apoio eu tenho e para onde eu vou na prática política eleitoral”, completou.
A decisão de Requião, seja qual for, atrapalha os planos do PT e, em especial, da presidente nacional da legenda, a deputado federal Gleisi Hoffmann. E, por tabela, pode também complicar os planos do pré-candidato ao Palácio 29 de Março, Luciano Ducci (PSB).
Na prática, toda a costura política que o PT, principalmente, vinha fazendo para formar uma frente ampla de esquerda pode ser prejudicada — já que Requião, se confirmar a candidatura à prefeitura de Curitiba, tiraria votos da esquerda.
Requião poderia ser a opção de voto e atrair um naco do PT de Curitiba insatisfeito com a decisão do diretório nacional, já quase pública, de apoiar a candidatura de Ducci — tendo o deputado Goura (PDT) como vice.
Se a opção dele for pela vaga ao Senado, o dano seria maior para Gleisi, que está de olho na disputa pela cadeira na Câmara Alta. Ao invés de disputar sozinha, representando a esquerda, teria de competir com o ex-aliado Roberto Requião.