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Games não são só para jovens; seis em cada dez adultos jogam games

Publicado em: 09/07/2019

A 6ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGS) revelou que 66,3% dos brasileiros jogam jogos eletrônicos.

A maioria (83%) joga por meio do celular, seguido por videogame (48,5%) e notebooks, 42,6%. Mesmo na faixa entre 25 e 54 anos, o número de “gamers” é considerado elevado (61,9%), contrariando o senso comum de que os gamers são adolescentes.

Para o presidente da Blend New Research, Lucas Pestalozzi, a geração de adultos acompanhou a evolução da indústria e comércio nacional de jogos digitais desde o início dos anos 1980. “Em outras palavras, as crianças e adolescentes da época, que cresceram num ambiente povoado por jogos digitais e tiveram em suas memórias e hábitos de consumo registros destas experiências lúdicas, estão hoje nessa faixa etária.”, afirma.

A curitibana Fernanda Naomi é um exemplo. Aos 38 anos, ela joga ao lado do marido, 38 (que conheceu em evento de games em São Paulo) e do filho, de 19 anos. Juntos eles formam uma “família gamer”. “A gente joga no mesmo lugar, mas joga diferente. Fizemos uma sala de games. Meu filho gosta de um jogo de tiro, eu gosto de RPG e meu marido gosta de outro”, conta.

Na pesquisa Game Brasil, Fernanda e sua família se enquadrariam como “Hard Core Gamer”, que são pessoas que jogam mais de 3 vezes por semana, com partidas que duram por volta de 3 horas (ou mais), sendo comum este público comprar mais de 10 jogos ao longo do ano. “Jogo todos os dias, quatro horas por dia. Dei uma diminuída agora para trabalhar, mas antes era das seis horas da tarde à meia-noite todos os dias”, conta.

Além do Hardcore, o outro perfil é o do “Casual Gamers”. Os hardcore gamers são na maioria homens (58,9%) entre 25 e 34 anos (41,3%). No público casual gamer, as mulheres representam a maioria com 58,8% entre 25 e 34 anos (35,9%). Para Fernanda, sua condição de mulher interefere pouco em seu gosto e desempenho, embora reconheça que há diferenças e preconceito. “Na verdade eu jogo mais do que muitos homens que eu conheço”, diz.

Quando seu filho era pequeno, por exemplo, Fernanda afirma que, “obviamente”, tinha mais limitações. “Eu jogava, mas bem menos porque eu também trabalhava bem mais quando ele era menor”, afirma. Segundo ela, o tempo que usa para jogar é o mesmo que outras pessoas em outras atividades. “Minha irmã gosta de assistir novela e Big Brother. Eu prefiro jogar. Eu prefiro muitas vezes jogar do que ir para balada”, compara.

Ainda que a preferência por jogos de ação, aventura e estratégia seja alta nos dois perfis, os jogadores hardcore gamers preferem jogos de tiro (70,2%), enquanto os casuais gostam mais de jogos de esportes (59,2%). Na família de Fernanda, a tendência pela preferência se confirma.

“Eu jogo RPG, Destiny, mas também Black Ops (Call of Duty: Black Ops III), que eu jogo mais o Zombie, mas eles (marido e filho) preferem outras (modalidades do jogo). Também Border Lends e zerei o God of War - esse eu patinei (chegou ao fim com sucesso), ‘zerei’, é muito, muito bom. Meu marido é bem eclético. Ele joga de tudo até ‘patinar’, ele é mais viciado que eu”, entrega.

“Cada um tem um console, cada um tem um Play 3 e um Play 4. Até o ar condicionado da casa fica na sala de jogos, porque já pensou três ‘Play’ ligados ao mesmo tempo? Esquenta muito”, conta.

Jogos não influenciam os filhos

A pesquisa notou que os pais são divididos em relação à violência nos games, mas que a maioria não acredita que os jogos digitais levam ao comportamento agressivo; 41,3% dos pais discordam (totalmente ou parcialmente) que os jogos digitais sejam capazes de promover esse comportamento, enquanto os pais jogadores hardcore tendem a se opor mais à essa afirmação, com 48,5% de discordância. “Muitas pesquisas científicas entendem que os jogos digitais influenciam seus jogadores, mas que a responsabilidade sobre um fenômeno comportamental não pode recair sobre uma única fonte de influência”, afirma Matheus Marangoni, professor da ESPM.

Outro assunto que deixam pais divididos, sejam eles jogadores hardcore ou não, é a influência que os jogos digitais possuem na aprendizagem de seus filhos. Mesmo entre os pais gamers, a opinião é dicotômica: 37,6% discordam (parcialmente ou totalmente) que os jogos possam atrapalhar, enquanto 41,6% concordam (total ou parcialmente). Mas é importante observar sempre os filhos, e observar se os jogos não mascaram outros problemas.

E-Sports podem misturar gêneros
Apesar do seu crescimento, os eSports ainda podem ser considerados como novidade, já que muitos jogadores brasileiros desconhecem a atividade. Isso leva também a alguns choques entre práticas antigas e as novas exigências das práticas dos esportes digitais. “Os esportes tradicionais são separados por gênero, por supostas diferenças biológicas entre os participantes para fins de balanceamento competitivo das modalidades, apesar da comunidade científica não ter consenso em relação à essa razão”, explica o professor Mauro Berimbau, coordenador do Gamelab na ESPM . “Nos eSports, não há exigência física na sua prática que justifique essa diferença. A razão para isto parece ser afinidade temática com o jogo” complementa o profissional.

Em relação aos espaços de consumo, existe um claro domínio hoje do YouTube, com 60,6% do público hardcoreacompanhando partidas por este canal, seguido do Facebook (38,4%), TV Paga (34,0%) e Twitch (21,2%). Para jogar, o smartphone lidera a preferência por causa da sua mobilidade: dá para jogar onde estiver.

Fonte: BemParana

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