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Gaeco mira mais 22 empresas em esquema de propina

Publicado em: 08/08/2019

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual cumpriu nesta quarta-feira (7)

32 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Campo Largo, Cascavel e Castro, na sexta fase da Operação Quadro Negro, que investiga desvios de dinheiro público em obras de construção e ampliação de escolas. A nova etapa envolve 22 empresas que mantinham contratos com o Estado e teriam participado do esquema de pagamento de propina a políticos e agentes públicos entre os anos 2012 e 2015, durante a administração do ex-governador Beto Richa (PSDB).

As buscas foram realizadas nas residências de 29 empresários e de dois ex-servidores públicos, a partir de mandados expedidos pela 9ª Vara Criminal de Curitiba a pedido do MP. Segundo a promotoria, foram apreendidos celulares, computadores, documentos e US$ 6 mil em dinheiro. Houve ainda quatro prisões em flagrante, na Capital, duas por posse ilegal de arma de fogo, uma por posse de munição e outra por desacato.

Comando
Segundo o coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti, o esquema é o mesmo já investigado nas fases anteriores da operação, que mirou a construtora Valor. “A apuração é de que houve pagamento de propina para proporcionar desvio de dinheiro público na construção e ampliação das escolas”, disse Batisti. “Tínhamos (apurado) já desde a primeira fase, a partir do governo do Estado, servidores públicos, o ex-governador, que por meio dessa situação receberiam propina, que era distribuída para desvio de dinheiro consistente na não realização de obras, mas no pagamento. O próprio Tribunal de Contas determinou que em algumas escolas haviam sido feitas apenas 5%, 10% das obras e recebido 70%”, explicou o procurador.

De acordo com o MP, o esquema seria comandado pelo ex-governador Beto Richa (PSDB), e teria desviado pelo menos R$ 20 milhões. Segundo os promotores, operadores do esquema relacionados ao tucano recebiam dinheiro para favorecer empresas nas licitações e na concessão de aditivos contratuais às mesmas, Em contrapartida, as empresas recebiam pagamentos por obras não realizadas, ou feitas apenas parcialmente.

Obstrução
Richa chegou a ser preso em março deste ano, acusado pelo MP de tentar obstruir as investigações. Segundo o Gaeco, ele teria pedido que o ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Fanini, delator do caso, “excluísse de todo e qualquer dispositivo eletrônico que possuísse os registros de fotos, vídeos e comunicações entre ambos”. O ex-governador teria ainda orientado o empresário Jorge Atherino, apontado como um dos operadores financeiros do tucano, a pagar mesada a Fanini para que ele não fechasse acordo de delação. O tucano acabou sendo solto por determinação do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ/PR).

Em abril, Richa virou réu no processo depois que o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, aceitou a denúncia do MP contra o tucano pelo crime de corrupção passiva e por obter vantagem indevida em contrato de licitação. O ex-governador já responde também pelos crimes de obstrução de justiça, corrupção, organização criminosa e prorrogação indevida de contrato de licitação no âmbito da mesma operação.

Fonte: BemParana

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