PÁGINA INICIAL
NOTICIAS
 

Funcionários contratados para obra em Termelétrica de Figueira reclamam que estão há 2 meses sem salários

Publicado em: 18/12/2019

Cerca de 90 funcionários contratados pela empresa responsável pela obra de modernização da Unisa Termelétrica de Figueira, no Norte Pioneiro do Paraná, reclamam que estão há dois meses sem receber os salários. A obra é feita pela Emtep, que foi contratada pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

O G1 tenta contato com a Emtep.

A Copel informou que pediu a rescisão do contrato de R$ 110 milhões referentes a obra. A companhia alegou o pedido pelo atraso das obras em mais de 100 dias, além da falta de pagamento dos funcionários e de fornecedores por parte da Emtep.

A obra de modernização da Termelétrica de Figueira começou em setembro de 2017 e deveria ser entregue neste mês.

A Copel informou que já pagou cerca de R$ 100 milhões para a empresa contratada para o serviço e que a obra está 97% concluída.

Nesta quinta-feira (12), um grupo de funcionários fechou a entrada da usina durante uma manifestação.

O advogado dos colaboradores, Edmilson Marques, diz que todos que trabalhavam na obra foram dispensados na última sexta-feira (6). Ele relatou ainda que no dia os trabalhadores não puderam entrar na empresa para pegar objetos pessoais.

"É uma situação terrível que essas pessoas estão enfrentando. É um abandono total. A Copel alega que não tem responsabilidade nenhuma. Eu queria que a empresa tivesse essa sensibilidade", afirma.

Ainda segundo o advogado, houve uma tentativa de contato com a Emtep, mas a empresa não deu retornos concretos. Edmilson Marques diz que já protocolou ações trabalhistas.

"Ainda não tem informação concreta do que vai ser feito. A única informação é que um membro da empresa mandou áudios agredindo a honra dos encarregados. Em outro áudio ele diz que a culpa é da Copel, que não paga ele há muito tempo", conta o advogado.

 
 
A Usina Termelétrica de Figueira começou a ser instalada em 1963 — Foto: Copel/Divulgação

A Usina Termelétrica de Figueira começou a ser instalada em 1963 — Foto: Copel/Divulgação

Sem receber

Com a promessa de um bom emprego e salários pagos em dia, Eliomar de Souza Faria saiu de Vitória, no Espirito Santo, e foi trabalhar em Figueira na modernização da usina. Eliomar deixou os filhos com a ex-mulher e passou a morar em uma casa de aluguel com a atual esposa.

Em dois anos e meio, o supervisor de obra conviveu com salários atrasados e períodos de suspensão da atividade. Mas, desde o início do mês, com o rompimento do contrato entre a empresa e a Copel, Eliomar não sabe como vai pagar o aluguel, a pensão dos filhos e as outras contas do mês.

“Chegamos para trabalhar, achávamos que era um dia normal, mas fomos recebidos pela polícia na porta da empresa. De uma hora para outra fomos impedidos de entrar e de trabalhar. Estamos sem receber o salário de novembro, ticket alimentação e impedidos de trabalhar porque a rescisão não foi feita”, diz o supervisor.

Eliomar afirma que os funcionários, parte deles do Mato Grosso, Pará, Piauí e Rio de Janeiro, foram abandonados pela empresa.

“Já tentamos falar com a Copel e eles dizem que temos que procurar a empresa. A empresa diz que não paga os salários porque não recebeu da Copel. Ninguém resolve o nosso problema, ninguém se responsabiliza. Estamos indignados”, afirma Eliomar de Souza Faria.

O encarregado de solda Fabio Luis Amaro do Nascimento vive uma situação parecida. Ele foi dispensado junto com outros funcionários em outubro e firmou um acordo trabalhista com a empresa para o pagamento da rescisão. O profissional conta que a Emtep prometeu fazer o pagamento em seis parcelas, mas só pagou a primeira.

"Eles pagaram em outubro, mas em novembro e dezembro não. A gente tá num verdadeiro descaso aqui. Tenho conta para pagar, que está vencendo. A situação já está complicada", conta Fabio.

A obra

A Usina Termelétrica de Figueira começou a ser instalada em 1963. Em 2015, o Governo do Paraná anunciou a modernização da usina.

As obras começaram em setembro de 2017 com previsão de conclusão para dezembro de 2019. Segundo a Copel, o investimento total é de R$ 200 milhões.

A Emtep, uma das empresas contratadas para o processo de modernização, fechou um contrato de R$ 110 milhões com a Copel.

A companhia informou que pagou quase a totalidade do contrato, restando cerca de R$ 6 milhões correspondentes a serviços que não foram feitos.

 
Trabalhadores não receberam salários de novembro e nem ticket refeição — Foto: Eliomar de Souza Faria/Arquivo Pessoal

Trabalhadores não receberam salários de novembro e nem ticket refeição — Foto: Eliomar de Souza Faria/Arquivo Pessoal

O que dizem os citados

A Copel informou que fará nova contratação para conclusão da obra. Segundo a companhia, o cumprimento das obrigações trabalhistas, conforme a legislação e contrato, cabem à Emtep.

A empresa disse ainda estar cooperando com uma solução e irá sugerir uma mediação junto ao Ministério Público do Trabalho.

Ainda conforme a Copel, os funcionários foram autorizados a retirar os objetos pessoais ainda no início desta semana.

Fonte: G1 PR

Mais fotos

MAIS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE