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Folha e Estadão chamam ato de Lula de “fiasco” e “constrangedor”

Publicado em: 03/05/2024

Jornais creem que Lula está preso ao passado e que a esquerda “perdeu as ruas”

Os jornais o Estado de São Paulo e Folha de S.Paulo não deixaram passar a baixa adesão de manifestantes no ato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1° de Maio, Dia do Trabalhador. Para os periódicos, a imagem deixa claro que o evento foi um “fiasco”, que a esquerda “perdeu as ruas”, e que a agenda política do PT se encontra “tão vazia” quanto sua “minguada plateia”.

No editorial intitulado A Imagem do Fracasso, o Estadão classificou como “histórica” e “constrangedora” a imagem de Lula discursando para um “punhado de gatos-pingados” no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo. Na avaliação do veículo de imprensa, o episódio atesta que o presidente “não consegue se conectar com os trabalhadores do século 21”.

“O ato não poderia ser diferente do fiasco que foi por uma razão fundamental: o Brasil é governado por um presidente que não viu o tempo passar. Lula ainda pensa como o sindicalista que eletrizava os trabalhadores com seus discursos na Vila Euclides, São Bernardo do Campo (SP), no fim dos anos 1970. Não apenas o país não é o mesmo no qual Lula ascendeu como uma liderança política popular, como o mundo mudou por completo desde que o petista chegou à Presidência pela primeira vez, há mais de 20 anos”, observou o jornal. 

Na sequência, o Estadão afirma que o PT e Lula se recusam a enxergar as transformações e preferem crer que houve um problema de comunicação na divulgação do evento. Também cita o histórico de governos petistas anteriores.

“O petista insiste em uma agenda econômica fracassada, baseada no intervencionismo e no desbragado gasto estatal, que, ao longo dos governos petistas, prejudicou justamente a chamada classe trabalhadora. Lula pode não ter visão sobre o novo mundo do trabalho. Mas os trabalhadores têm memória”, finaliza o editorial.

FOLHA

A Folha de S.Paulo adotou uma linha de pensamento similar, segundo a qual o sindicalismo está em ruínas e que o PT segue tentando usar abordagens do passado. No texto Lula e os Fósseis do Sindicalismo, o periódico observa que “a direita se apresenta como a única corrente no Brasil atual capaz de mobilizar multidões espontaneamente em suas manifestações”.

“O mandatário [Lula] mal disfarçou seu incômodo com a meia dúzia de gatos pingados que se dispôs a compor a plateia no feriado ensolarado. Lula reclamou da falta de mobilização do governo para atrair mais público. O desabafo, como num ato falho psicanalítico, revela o mecanismo por trás da ruína do sindicalismo brasileiro. Não cabe teoricamente a governos cooptar associações representativas dos trabalhadores quando elas são o resultado da livre organização da sociedade civil”, defende o jornal.

Para a Folha, a simbiose entre Estado e sindicatos fracassou na missão de representar as aspirações do trabalhador.

“O ato desta quarta-feira (1º de maio) foi um resultado anedótico desse esvaziamento. A bisonha proposta do governo petista de regular o trabalho por aplicativos pelo molde varguista, repelida fortemente pela própria categoria que pretende proteger, atesta a permanência da dissonância cognitiva”, acrescentou.

O jornal advertiu ainda para um crescente risco de que as forças políticas do PT saiam derrotadas nas próximas eleições.

“A direita se apresenta como a única corrente no Brasil atual capaz de mobilizar multidões espontaneamente em suas manifestações. A esquerda perdeu as ruas, e isso deveria soar como alerta máximo nas hostes do lulismo. Ou as forças políticas em torno do PT se atualizam, inclusive nos temas relacionados ao trabalho, ou correrão mais riscos de ser derrotadas nas próximas eleições”, finalizou.

 

Fonte: Portal Cidades News

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