Júri popular terminou na noite desta última quinta-feira (10). Corpo de Aline Miotto Nadolny, de 27 anos, foi encontrado ao lado da Colônia Penal Agrícola em Piraquara, em junho de 2019.
Um homem foi condenado a 30 anos, nove meses e 22 dias de prisão pela morte da filha na região de Curitiba, há dois anos. O júri popular começou às 13h30 desta quinta-feira (10) e terminou por volta das 22h30.
O corpo da terapeuta ocupacional Aline Miotto Nadolny, de 27 anos, foi encontrado ao lado da Colônia Penal Agrícola em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, em 6 de junho de 2019. Conforme a Polícia Civil, ela foi enforcada com um cachecol.
O pai da vítima, Luiz Carlos Nadolny, está preso desde a época do crime. Ele já tinha confessado o crime em depoimento à polícia, quando alegou ter se descontrolado após uma discussão sobre pensão alimentar da irmã mais nova da vítima.
Ele foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, asfixia, dificultar a defesa da vítima e feminicídio, além do crime de ocultação de cadáver.
A defesa de Luiz Carlos Nadolny disse que irá recorrer da decisão e considerou a pena "exacerbada". O advogado Sérgio Padilha afirmou que o juiz não tem a capacidade de analisar a personalidade de um investigado ao agravar a pena do réu.
Os advogados da família da vítima afirmaram que o conselho de sentença acolheu "a única solução possível diante da amplitude de provas apresentadas".
Cinco testemunhas foram ouvidas ao longo da tarde, sendo quatro de acusação. Entre as testemunhas, estavam o companheiro, a mãe e a irmã da vítima - que se emocionou muito durante o depoimento.
A testemunha de defesa ouvida foi um inquilino do réu. Em seguida, ocorreu o interrogatório do pai da vítima por videoconferência.
No julgamento, ele afirmou que no dia do crime tampou a boca da filha para que ela não gritasse e saísse do carro. Depois disso, o pai disse que filha desmaiou e que ele não se lembra o que ocorreu depois.
Os debates entre defesa e acusação começaram por volta das 18h30.
Em 2019, o homem afirmou em depoimento à polícia que foi de carro até a casa da vítima para tentar convencê-la a falar com a mãe sobre o valor da pensão para a irmã mais nova.
Conforme a polícia, os dois se desentenderam durante a carona. Luiz Carlos Naldony seria ouvido como testemunha, mas quando foi intimado para depor, acabou confessando o crime.
Ele não tinha passagens pela polícia, mas, segundo a defesa da vítima, ele já tinha ameaçado familiares por causa de desacordos financeiros.
Ainda de acordo com a polícia, o homem contou que esganou a filha e que a jovem desfaleceu e morreu dentro do carro. Laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a causa da morte de Aline foi esganadura.
O superintendente da Delegacia de Piraquara, Job de Freitas, afirmou que Luiz Carlos Nadolny costumava ter um bom relacionamento com a filha, mas que fazia três anos que eles não se encontravam.
"Quando ele estava matando, a menina falava: 'pai, eu te amo'", contou o superintendente.
A polícia chegou até o acusado após identificar o veículo dele com a ajuda de câmeras de segurança. De acordo com o delegado, o carro pertence à esposa do suspeito. Houve também denúncia anônima.
No dia em que o corpo de Aline foi encontrado, a Polícia Civil havia informado que o marido dela que tinha o achado. Mais tarde, porém, a polícia informou que na verdade moradores da região que encontraram o corpo em um matagal ao lado do presídio.
Em interrogatório na fase de instrução do processo, o réu permaneceu em silêncio.
Fonte: RPC