Nove em cada dez enfermeiros de São Paulo se sentiram exaustos (94%), e observaram esse mesmo sentimento em colegas de trabalho (95,5%) nos últimos seis meses, revelou pesquisa realizada pelo Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), divulgada nesta sexta-feira (20).
Dos 13.267 profissionais ouvidos, entre enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem, 70,2% notaram a piora na qualidade de vida, em atributos como bem-estar físico, mental, psicológico e emocional, relacionamentos sociais.
O estudo, que coletou dados entre 28 de abril e 9 de maio, revelou que três quartos (76,2%) dos respondentes não veem uma valorização da categoria.
Para James Francisco dos Santos, presidente do Coren-SP, cita o piso salarial, a jornada de 30 horas semanais e as salas de descanso como conquistas que diminuiriam, entre os profissionais, há o sentimento de insatisfação.
“São pautas em discussão e que, se vigentes, poderiam favorecer a qualidade de vida e o sentimento de valorização dos profissionais de enfermagem”, avalia.
Perfil de trabalho
Dos trabalhadores ouvidos, um quinto trabalhava em dois empregos ou mais: 18,6% atuam em dois, enquanto 1,4% atua em mais de três trabalhos.
A renda familiar dos respondentes era de até dois salários mínimos para 32,2%, de dois a quatro salários para 41% e de quatro a dez para 23,8%. A renda dos 3% restantes ultrapassava dez salários mínimos.
Hospital (44%), pronto-atendimento (16,7%) e UBS (14,3%) são os tipos locais de trabalho mais citado.
Do total, 43,4% atuavam em instituições particulares, 35,6% em municipais, 16% em públicas estaduais e 14,8% em filantrópicas.
Fonte: R7