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Beto Richa e mais seis viram réus em nova ação da Lava Jato

Publicado em: 02/07/2019

O juiz da 23ª Vara Federal de Curitiba, Paulo Sergio Ribeiro, acatou hoje denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-governador Beto Richa;

seu irmão, o ex-secretário de Estado da Infraestrutura, José Pepe Richa e outras cinco pessoas, no âmbito da operação Piloto, que investiga suspeitas de pagamento de propina em troca do favorecimento de empreiteiras em uma licitação para a duplicação da PR-323 (região Norte). Na denúncia, o MPF acusa Richa de terem recebido R$ 7,5 milhões da Odebrecht para fraudar a licitação em favor do Consórcio Rota das Fronteiras, composto, entre outras, pela empresa Tucumann em 2014. O tucano e os demais envolvidos são acusados de crimes de fraude a licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.

A investigação que dá base à nova denúncia contra o ex-governador identificou um contato entre executivos ligados às empresas do consórcio e os agentes públicos antes da publicação das diretrizes para a licitação ganha posteriormente pelo grupo. A Lava Jato afirma que “os agentes públicos atuaram para o afastamento de outros potenciais concorrentes e descumpriram formalidades legais”.

A acusação tem como base a gravação de uma conversa em que o ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, pede ao executivo de outra empresa para que não entrasse na disputa pela obra, porque o governo já teria um “compromisso” com o consórcio liderado pela Odebrecht. “Para garantir que o Consórcio Rota das Fronteiras vencesse a licitação para a exploração e duplicação da PR-323, executivos da Odebrecht ofereceram pelo menos R$ 4 milhões a Denilson Roldo, no interesse de Beto Richa, Pepe Richa e Ezequias Moreira e, para viabilizar o recebimento dissimulado de valores, Dirceu Pupo Moreira e Luiz Abi Antoun atuaram como intermediários”, afirma o MPF.

A Lava Jato apontou que também houve recebimento de outra vantagem indevida, de R$ 3,4 milhões. O valor teria sido repassado, segundo a Procuradoria, a Beto Richa, por meio de cotas de um imóvel em valor subfaturado por parte de executivos da Tucumann. “Este valor foi dissimulado pela participação da Ocaporã como intermediária, empresa formalmente gerida por Dirceu Pupo Ferreira, mas ligada por intrincadas relações societárias a Beto Richa e seus familiares”, informa o Ministério Público Federal. Na época em que a denúncia foi apresentada, a defesa de Beto Richa “reafirma que seu cliente não cometeu nenhuma irregularidade, e que sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos”.

No despacho em que acatou a denúncia, o juiz aponta que ela "aborda supostos fatos criminosos relacionados a complexo esquema criminoso, envolvendo diversas pessoas emecanismos sofisticados relacionados à execução de atos criminosos". E que "nos incidentes relacionados à fase de investigação foi apresentado vasto conjunto de provas sobre a materialidade de fatos criminosos envolvendo o direcionamento da licitação para duplicação da PR 323 para o Consórcio liderado pela ODEBRECHT (formado pelas empresas ODEBRECHT, TUCUMANN, GEL e AMÉRICA), bem como indícios suficientes de participação de cada um dos denunciados no esquema criminoso". 

Além do ex-governador e do irmão, também viraram réus no processo o contador da família Richa, Dirceu Pupo Ferreira, o ex-secretário de Cerimonial, Ezequias Rodrigues, os executivos da Tucumann, Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller, e o primo do tucano, Luiz Abi Antoun.

Fonte: BemParana

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